segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A ANNE NASCEU!!!!!!!!!

A Anne nasceu!!!


Amor, emoção, felicidade, medo, alegria... 

Eu poderia escrever dúzias ou até mesmo centenas de palavras, mas certamente eu não conseguiria descrever os sentimentos e as sensações que passaram por mim no momento em que a Anne nasceu.




Com 36 semanas e 2 dias, pesando 2,765 Kg e 48 cm, a Anne saiu da barriga da mamãe aos berros, e com seu forte choro, informou a todos os outros bebês do centro cirúrgico - CHEGUEI PESSOAL!!!


Assim como o papai, ela também foi apressada na hora de vir pra esse mundão, e no dia 22 de outubro de 2011, a nossa princesa chegou!

Vou tentar resumir a reta final da gravidez, que começou mais ou menos assim:


Na sexta feira - 21/10, eu levantei por volta de 5h16 para trabalhar, e antes mesmo que eu acordasse de verdade, a Oli saiu do banheiro me dizendo:


- Pa, acho que a bolsa estourou, saiu muito líquido...


Respirei fundo 3 vezes, coloquei as ideias no lugar, acordei a minha mente por completo, avisei no trabalho, peguei a bolsinha da Anne e a mala da Olivia, e então rumamos para o hospital.


Quando chegamos lá, os médicos constataram que o tal líquido era na verdade um sangramento devido a sua placenta prévia, então informaram a Dra. Rosália, entraram com os devidos medicamentos e internaram as meninas. 


Estando no hospital, ficamos mais tranquilos, pois lá as duas estariam assistidas. 
Nessa mesma noite, dei um pulo em casa para dar uma geral, e voltei para o hospital por volta de 4h06 já do dia 22, e quando cheguei, a Oli reclamava de dores e contrações. 
Como eu estava na minha segunda noite sem dormir, passei a consolá-la meio acordado, meio dormindo. Quando a dor aumentou de intensidade, chamamos as enfermeiras que deram buscopan, iniciaram o exame de cardio toco (mede as contrações, movimentos e o coraçãozinho do bebê) e ligaram pra Dra. Rosália.


Eu continuava meio dormindo por volta de 6h da manhã, quando a enfermeira voltou para o quarto e exclamou:


- Olivia, falei com a Dra., e ela vai fazer o parto agora. Coloque essa roupa e assine esses papéis. Já volto pra te pegar.
- Pai, você vai assistir ao parto?


PARTO???? Eu devo estar dormindo ainda... não é possível. 


- V. V.. V... Vou sim!! Eu respondi.


- Então tá, suba até o segundo andar e coloque a sua roupa. Desça na recepção e pegue o formulário P-33B, preencha e assine a sua autorização. Suba até o 1º andar, passe dois corredores, e entre na segunda sala a direita e aguarde lá!!!


Ãhhnn????


Naquele momento de adrenalina eu processei o seguinte:


- A Anne vai nascer, suba e troque de roupa. A Anne vai nascer, desça na recepção. A Anne vai nascer, suba até o primeiro andar porque a Anne vai nascer!!


Minha filha estava nascendo, não tinha como eu entender nada do que ela estava falando.


Fui até o segundo andar, troquei de roupa, e sem saber o que fazer, rumei direto para o centro cirúrgico. Essa era a única coisa que eu conseguia fazer naquele momento.


Eu cheguei meio correndo ao centro cirúrgico, preocupado com o formulário que eu já nem lembrava o local de retirada, mas pra minha sorte a moça do centro cirúrgico me acalmou e falou que não havia problema, pois eu poderia preencher depois.


Na recepção do centro cirúrgico haviam 4 papais, todos com cara de bobo e todos pais de meninas. Nesses momentos sempre saem umas piadinhas sem graça, mas que todo mundo acaba rindo, e é lógico que é por puro nervosismo - deveriam instalar câmeras para registrar as caras de bobo e os comentário dos papais, seria cômico!


Aos poucos, cada papai foi se dirigindo para o seu centro cirúrgico, e no final eu fiquei sozinho com cara de pastel. Logo pensei, vou ao banheiro para passar ao tempo, mas quando perguntei para a enfermeira se daria tempo, ela falou que não porque já estaria cortando.


- Cortando???? Como assim, eu não deveria estar lá?? 


- Já vão chamá-lo senhor... cortando é modo de dizer!!!


- Ufa...


Bom, os minutos seguintes passaram em segundos. Quando eu percebi, eu já estava no centro cirúrgico recebendo as instruções de como proceder lá dentro. 


A Olivia estava super bem, sem inchaços e com um sorrisão no rosto. Parecia que estava até maquiada. Sabe aquelas mães dos programas do Discovery Home & Health? Então...


Acompanhei tudo mesmo - o corte, as explicações do que a médica estava fazendo, os passos da anestesista, a tela com as informações de pressão, coração e sei lá mais o que. Na verdade eu não sabia ao certo pra onde olhar, e tudo passava muito, muito rápido. 


Havia muita informação, a adrenalina estava alta, e de repente quando eu me distraí conversando com a Olivia... BUÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ!!!!!!!!!!!!!!!!!! Olhei pra mão da médica e tava lá, aquele "téquinho" de gente fazendo o maior barulho.


Nossa, nasceu! - eu pensei.


Então a Dra. Rosália perguntou se eu eu queria cortar o cordão, e sem pensar duas vezes me coloquei a postos com luvas e tesoura na mão, e as 7h50 cortei o laço que a mantinha totalmente dependente da mamãe. Agora a nossa pequena Anne estava por conta própria, e eu confesso que não tem como não se emocionar, me derreti igual a manteiga. Só de lembrar escrevendo isso aqui, eu já fiquei com um nó na garganta.


A choradeira da Anne prosseguiu durante o teste de Apgar, e só parou quando eu falei com ela. Foi algo do tipo, "hmm... acho que conheço essa voz... é o papai!!!"


Em seguida, ela foi conhecer a mamãe, e essa aqui é a primeira foto da família >>>>>>>>>>>>


Olha como a Anne estava inchadinha... 


Ah, quando a Anne ouviu a voz da mamãe também parou de chorar.


Nos minutos seguintes ela ficou no meu colo só se aquecendo, e depois subiu para os demais testes e para o primeiro banho, que é lógico que eu também acompanhei.


As duas se recuperaram super bem da cirurgia e tiveram alta quatro dias depois. 


Vou deixar mais algumas fotinhos que tiramos ainda na maternidade. 


Uma das primeiras fotinhos depois que ela voltou pro quarto...
... e a roupinha de saída da maternidade.








































Eu não postei nada aqui no blog no último mês, porque ainda estou aprendendo a gerenciar o meu tempo, mas logo mais as coisas entrarão nos eixos.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Aprendendo a ser pai - "Parte I"

Ultimamente o meu nome vem sendo trocado de Patrick para "Papis", "Papai", "Papito", "Paizão"... e por aí vai. Isso é muito legal, pois eu acho que a Anne vai me chamar de uma dessas maneiras.


Aos poucos mais e mais fichas vão caindo (eu sou do tempo da ficha telefônica - "tiozão", ou melhor - PAPAI), e eu tenho certeza que a última só cairá quando eu pegar a minha filha no colo, e lá a coisa toda mudará.


Eu coloquei o título desse post como "Aprendendo a ser papai - Parte I" porque eu estou certo que ser pai é um aprendizado muito longo, talvez de uma vida toda.


Meu pai sempre usou um "jargão" que diz o seguinte:
- Você só entenderá o que eu estou falando (ou fazendo) quando for pai.
E eu acho que isso é a mais pura verdade...


Enquanto eu não assumo permanentemente o papel de pai, eu vou aprendendo algumas das técnicas dessa arte. 


Há alguns meses as nossas amigas Ive e Aline, que são respectivamente a mamãe e a titia Dinda do Miguel - amiguinho da Anne, nos deram um livro bem interessante da encantadora de bebês Tracy Hogg. 


A Tracy Hogg deixou este mundo em 2004, mas deixou seu legado tendo inventado técnicas, e aperfeiçoado os modos como devemos cuidar de bebês. Em Os Segredos de uma Encantadora de Bebês, Tracy propõe um método muito interessante chamado de E.A.S.Y. (em inglês - eating, activity, sleeping, yourself), que impõe rotinas diárias de alimentação, brincadeiras e sono, além de um tempo só para os pais, o que é muito importante devido a dedicação dispensada aos bebês.


Além do livro, nós fizemos o curso intensivo para gestantes do hospital São Luiz, que foi uma experiência muito enriquecedora em vários sentidos.


O curso é aplicado pelas enfermeiras obstetras do próprio hospital. O nosso "intensivão" foi conduzido com maestria pela enfermeira Márcia, que domina muito o assunto e transmite de maneira simples e fácil, informações super complexas para os papais de primeira viagem, quebrando tabus e mitos muito comuns em nossa sociedade. 
No curso, o tema rotina também foi abordado, e assim como a Encantadora de Bebês, as enfermeiras enfatizaram a importância de se estabelecer regrinhas.
Para se ter uma ideia do quanto eu aprendi no curso, eu saí de lá achando que já tinha cuidado de uns 10 bebês. Bem, não foi bem assim, mas certamente saí de lá muito mais confiante.


Coisas simples como a sequência do banho por exemplo, estão bem gravadas na minha cabeça pois eu venho repetindo diariamente como se fossem um mantra... "Limpar olhinhos com algodão umedecido em água morna. Usar um algodão para cada olho, e descartar depois. Utilizando um cotonete lateralizado, limpar o nariz girando a haste flexível de cima para baixo..." e assim vai.
Além do mantra do banho, eu criei também o do sono, o do mamá, o da troca de fralda. Assim que eu terminar de ler o livro, já terei mais meia dúzia de mantras.


É claro que as regras foram criadas simplesmente para indicar um Norte, pois cada bebê é único, mas uma boa base aliada ao feeling de pai (e mãe) certamente é fundamental.


Tanto no livro quanto no curso, o sentimento de respeito com a criança é sempre colocado em primeiro lugar. Os bebês não devem ser tratados como objetos, os quais vamos simplesmente manipulando, trocando fraldas, dando banho ou alimentando. Deve haver uma sinergia, uma troca de gentilezas, uma aproximação delicada. Devemos conversar, pedir licença, falar o que estamos fazendo, por mais que possa parecer estranho. 


Logo mais a Anne estará por aqui, e eu não vejo a hora de colocar em prática tudo o que aprendi.


Essa é só a Parte I do meu aprendizado, mas vamos lá, um passo de cada vez...